quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PLANOS DE EDUCAÇÃO: O "fazer acontecer"!


Definição de recursos e participação social são desafios para
Planos de educação, advertem especialistas em campinas

      A maior participação social e a definição de recursos, nos orçamentos públicos e nos termos da esperada Lei de Responsabilidade Educacional, são alguns dos desafios para que sejam efetivamente implementados os Planos Nacional, Estaduais e Municipais de Educação. A advertência foi feita na manhã desta quarta-feira, 11 de novembro, por especialistas que participaram de evento da programação da 6ª Semana da Educação de Campinas.  
     A 6ª Semana da Educação de Campinas é uma iniciativa da Fundação FEAC, no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação (CCE). Até o dia 13 de novembro, sexta-feira, serão 15 eventos, para diferentes públicos, em diversos espaços, em torno da bandeira Valorização da Escola. Todos os eventos contam com intérprete de Libras.
Lei de Responsabilidade Educacional – O evento “Planos de Educação: o fazer acontecer” foi mediado por Ismael Bravo, membro do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação do CCE, e teve participação de Maria Helena Guimarães de Castro (diretora executiva da Fundação Seade e ex-secretária estadual de Educação de São Paulo), Francisco Carbonari (presidente do Conselho Estadual de Educação) e do professor Antônio Sertório (coordenador do Fórum Municipal de Educação de Campinas).
      O próprio Ismael Bravo começou o evento destacando que a execução do Plano Nacional de Educação (PNE) já ficou comprometida com a não-aprovação, no prazo previsto, da Lei de Responsabilidade Educacional. A Lei deveria ser aprovada até junho de 2015, de acordo com a Estratégia 11 da Meta 20 do PNE. A Meta 20 trata justamente do Financiamento da Educação. A Estratégia 20.11 estabelece que a Lei de Responsabilidade Educacional é o instrumento para assegurar “padrão de qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de ensino, aferida pelo processo de metas de qualidade aferidas por institutos oficiais de avaliação educacionais”.
      Os especialistas reunidos no evento da 6ª Semana da Educação de Campinas também lembraram que falta definir o Custo Aluno-Qualidade (CAQ) e o Custo Aluno-Qualidade inicial (CAQi). Pelo PNE, o CAQ deve ser definido até junho de 2017, sendo continuamente ajustado, com base em metodologia formulada pelo Ministério da Educação e acompanhado pelo Fórum Nacional de Educação, Conselho Nacional de Educação e Comissões de Educação da Câmara e Senado Federal.
      Os participantes do debate foram unânimes em afirmar que a crise econômica terá impactos diretos na diminuição de recursos para a Educação. “Mas isso não pode ser desculpa para que sejam cumpridas algumas metas do PNE, que tratam de direitos de acesso à Educação já previstos na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação", observou Maria Helena Guimarães de Castro. Ela se mostrou otimista em relação à implementação da meta de universalização até 2016 da Educação Infantil na pré-escola para alunos de 4 e 5 anos.
      Entretanto, Maria Helena considera um grande desafio a ampliação do acesso e melhoria da qualidade no Ensino Fundamental e sobretudo no Ensino Médio, que na sua opinião foi muito afetado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). “O Ensino Médio não pode ser reduzido a um treinamento para o ENEM”, destacou, lembrando que, no último ENEM, dos mais de 7 milhões de inscritos, pouco mais de 1 milhão eram concluintes do Ensino Médio.
      Ela lamentou que injunções políticas estejam interferindo na execução do PNE. A diretora executiva da Fundação Seade lembrou que desde o início da discussão sobre o PNE “já tivemos sete ministros da Educação”. Já são cinco ministros, desde a entrada em vigor do Plano Nacional de Educação, em junho de 2014.   
Plano Estadual de Educação – O presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, Francisco Carbonari, também evidenciou os desafios na área de recursos financeiros, para a implementação dos planos educacionais. Ele notou que o projeto do Plano Estadual de Educação de São Paulo ainda está em discussão na Assembleia Legislativa, podendo ainda ser votado em 2015, mas sem a certeza de isso ocorra.
      Carbonari foi enfático em ressaltar que “fazer um plano apenas por fazer não adianta, é preciso que o plano seja efetivamente uma política de Estado e que envolva toda a sociedade na sua execução”. Ele lembrou que a sociedade brasileira tem um histórico negativo em relação à elaboração de planos e especialmente em termos de sua efetivação.
     Outro desafio muito relevante para a execução dos planos educacionais, sublinhou o presidente do Conselho Estadual de Educação, é a definição da carreira dos professores, envolvendo a formação e melhoria salarial. “Sem professores motivados e comprometidos não temos a execução dos planos, que acontece na ponta, na sala de aula”, acrescentou.
Plano Municipal de Educação -  O coordenador do Fórum Municipal de Educação de Campinas, Antônio Sertório, comentou o processo de elaboração e aprovação do Plano Municipal de Educação, “que aconteceu em um prazo muito curto”. Ele reconheceu que “poderia ser maior a participação social” nesse processo. “Mas conseguimos de alguma forma cumprir todas as etapas, incluindo a realização de cinco pré-conferências e de uma conferência municipal de Educação”, recordou. Sertório informou que o Fórum Municipal deliberou recentemente que uma de suas prioridades para 2016 será a ampla divulgação das 22 metas do Plano Municipal de Educação de Campinas.  
Oficina Arte e Corpo na Educação – Com todas as vagas preenchidas, a oficina voltada a educadores realizada na tarde do dia 10 de novembro na Fundação FEAC foi ministrada por Márcia Strazzacappa. Com atividades voltadas à sensibilização, a especialista em arte, dança e educação reuniu as três frentes para trabalhar a  valorização da escola por intermédio da expressão corporal. Já na recepção, os participantes foram convidados a se apresentarem com movimentos com os quais se identificavam. “A ideia foi descontrair, integrar as pessoas e ainda mostrar de maneira divertida que até as pessoas que têm nomes iguais, possuem suas individualidades”, afirmou a oficineira.
Primeira Infância - O encontro “Brincar na Primeira Infância: ensina, aproxima e encanta”, ocorrido na tarde de 10 de novembro, no NAED Leste, foi conduzido pela educadora Suzana Montauriol que encantou os presentes com brincadeiras, histórias e música. O evento também contou com a participação da coordenadora pedagógica de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, Eliana Aparecida Pires da Costa.
Durante o encontro, as palestrantes falaram da importância do brincar para as crianças. “Existe uma crença que é mais eficaz ensinar nossas crianças do modo que aprendemos, mas temos que saber que o estudar e o brincar não se confrontam. A criança tem que brincar e a temos que associar a educação à arte”, falou Suzana.
Para Eliana, quem trabalha com a educação infantil necessita de diálogo, de arte e do brincar. “Temos que nos mobilizar para a defesa de nossas crianças e buscar o brincar no cotidiano de nossas escolas”, resumiu a coordenadora. O encontro ainda contou com os depoimentos de representantes das instituições de educação infantil, conveniadas à Fundação FEAC, Casa da Criança de Sousas e Casa da Criança Madre Anastácia.
Tião Rocha na noite de 10 de novembro – A escola não está cumprindo atualmente a função social a que se destina e necessita uma ampla reformulação, defendeu na noite de 10 de novembro, no Salão Vermelho da Prefeitura Municipal de Campinas, o antropólogo e educador popular Tião Rocha, em mais um evento da 6ª Semana da Educação de Campinas. Tião Rocha relatou a trajetória da experiência que levou à “educação debaixo de um pé de manga”, inicialmente no município de Curvelo, em Minas Gerais. Hoje a pedagogia desenvolvida a partir daí está presente em dezenas de municípios, cinco estados e três países.
     Tião Rocha destacou alguns princípios dessa nova pedagogia, que considera a educação transcendendo a escolarização. “O bairro todo, a cidade toda, devem se responsabilizar pela educação das crianças”, comentou. A realização de rodas de conversa, o conceito de que “todos têm os seus saberes” e a valorização da diversidade cultural são algumas das características dessa nova pedagogia, disse Tião Rocha, que é fundador e diretor do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), de Belo Horizonte (MG) e do Banco de Êxitos S/A.
Programação de 12 de novembro - No dia 12 de novembro, quinta-feira, às 9h, o auditório da Fundação FEAC sedia a mesa de debates “Desafios e perspectivas para a construção da Base Nacional Comum Curricular”, como parte da programação da 6ª Semana da Educação de Campinas.
      O evento sobre a Base Nacional Comum Curricular terá a participação de Maridalva Bertacini, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Movimento Todos Pela Educação; e de Luis Carlos de Menezes, assessor do Ministério da Educação na proposição da Base Nacional Comum Curricular. A mediação será da professora Dra. Maria Inês Fini, coordenadora do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação. O evento é aberto ao público e gratuito, com preenchimento de vagas por ordem de chegada.
       Às 14h, o auditório da FEAC recebe a oficina de psicodrama “A importância do papel do professor na vida do aluno”, com Luiz Contro. Ele é psicólogo, psicodramatista e doutor em Saúde Coletiva pela Unicamp, professor na Faculdade São Leopoldo Mandic.
     Também às 14h do dia 12 de novembro, acontece o evento “Diálogos na escola”, na Escola Estadual Artur Segurado (Avenida Brasil, 2080, Jardim Brasil – Campinas/SP), com Adriana Ramos, que é professora de psicologia e da aprendizagem do Instituto de Biociências da UNESP-Rio Claro/SP. Os dois eventos à tarde são gratuitos e abertos ao público, com vagas preenchidas por ordem de chegada. 
    Às 19h, o Vert Eventos (rua Rei Salomão, 231, Jardim Conceição, Distrito de Sousas – Campinas/SP) vai sediar a cerimônia de premiação da sexta edição do Concurso Cultural de Redação “Minha Família na Escola”, uma iniciativa da Fundação FEAC, no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação.
     O evento será para convidados e terá a contadora de histórias e escritora Kiara Terra como mestre de cerimônia. Na oportunidade, será lançada a coletânea com as 18 redações premiadas, ilustrada pelo artista plástico Rogério Pedro. Os estudantes autores darão os seus autógrafos aos convidados presentes.
Patrocinadores e apoiadores - Os patrocinadores da 6ª Semana da Educação de Campinas são Grupo DPaschoal, Empresas do Grupo Graber e Shopping Center Iguatemi. A Semana tem o apoio da Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria da Educação do Governo do Estado de São Paulo, Vitória Hotel Concept Campinas, Fundação Educar DPaschoal, Sesi Campinas e movimento nacional Todos Pela Educação.
     São parceiros divulgadores da 6ª Semana da Educação de Campinas: Clear Channel, Educativa FM, EPTV Campinas, Grupo Bandeirantes de Comunicação, Grupo RAC, Portal Campinas.com.br, Shopping Iguatemi Campinas, Rádio Brasil Campinas, TV Câmara Campinas e TVB Record. Estes veículos gentilmente estão exibindo e divulgando as peças da campanha publicitária que é composta por vídeo, spot de rádio, cartazes, folders, panfletos, outdoors, anúncios de jornal/revista e banners, além de mídias para ambientes online.
Compromisso Campinas pela Educação - O Compromisso Campinas pela Educação foi lançado em 2007, sob liderança da Fundação FEAC, com o propósito de mobilizar a sociedade civil a fim de chamar a atenção para a causa e o tema Educação, evidenciando dados, promovendo estudos, discussões e debates acerca da qualificação da educação, especialmente na cidade de Campinas (SP).
Mais informações: www.semanadaeducacao.org.br, (19)3794.3512/3515 ou compromissocampinas@feac.org.br






segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Monitoramento do PME

Com
a finalização da efetivação das metas e suas respetivas estratégias constantes
dos Planos Municipais de Educação, intensifica-se a preocupação acerca dos seus
cumprimentos, que a partir desse momento torna-se obrigatória respaldada pela
lei então publicada.

Além
de tornar pública divulgando em todos os veículos disponíveis, é necessário que
todas as proposituras façam parte do dia a dia dos profissionais da educação,
não deixando que tão somente o fórum e os espaços colegiados de monitoramento
apontem as necessidades de ser proativo.

Nesse
sentido, nosso vídeo busca lançar luzes no caminho para gestar a efetivação dos
Planos dentro do dia a dia da educação, utilizando as peças existentes hoje nas
redes, a saber: Currículo; PPP; Plano de Ensino e Aula; Regimentos Interno ou
Escolar e nos Planos de Gestão Institucional e Escolar.

Portanto,
o papel de liderança do Dirigente Municipal de Educação na construção da
política pública educacional, ficará evidenciado para o decênio de forma ativa
e participativa de todos os atores educativos.

Verão no vídeo que o foco é marcado pelo
acompanhamento em tempo real do Cronograma das datas objetivadas, com Plano de Ação para que as proposituras aconteçam, de
modo a ser utilizado perfeitamente para cada realidade que se apresente.

Para saber mais, fale conosco, pelo nosso
contato no site a seguir:



www.planomunicipaldeeducacao.com.br

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Memória de luz nunca perde os dados

Amigos, quando em minhas referências sinalizo para LUZ é isso que agora a ciência vem a provar. Então vamos lá, para acessar a inteligência maior criadora só por meio da luz, que luz? A energia se emana por meio do magnetismo positivo que é pura luz, então vamos lá... Elevem seus pensamentos energéticos, que é sua luz para ser acessado pela Consciência Universal, Divina, Amorosa e Crística, e esta retorna em forma de conexão com o emissor, que você. Poderíamos estar aqui, ou em outra forma de encontro discorrendo sobre, e preparando para a Dimensão de Luz que já faz parte da nossa realidade e vem dia a dia se estendendo... Pense nisso, abraço fraterno

Memória fotônica
Uma equipe de engenheiros alemães e britânicos construiu o primeiro chip de memória permanente com gravação e leitura totalmente ópticas.
Este é um passo importante no caminho rumo aos processadores fotônicos - computadores que trocarão a eletricidade pela luz, consumindo muito menos energia e funcionando a velocidades muito mais altas.
Nesse caminho, uma "estação intermediária" já está praticamente alcançada, com o uso da luz para a troca de dados dentro dos chips, o que já é uma grande melhoria em relação dos processadores eletrônicos atuais. Mas, mesmo nestes casos, os sinais elétricos precisam ser convertidos em luz e, ao chegar ao destino, a luz precisa ser convertida de volta em sinais elétricos.
O avanço agora obtido pela equipe consiste em usar unicamente a luz para ler e armazenar os dados. E melhor, armazenar de forma definitiva, em uma memória não-volátil.
"Os bits ópticos podem ser escritos a frequências de até um gigahertz. Isto permite um armazenamento de dados extremamente rápido em nossa memória fotônica," disse o professor Wolfram Pernice, do Instituto de Tecnologia Karlsruhe.

Materiais de mudança de fase
A equipe usou materiais de mudança de fase, materiais que alteram suas propriedades ópticas dependendo do arranjo dos seus átomos: em curtos períodos de tempo, eles podem alternar entre estados cristalinos (organização atômica regular) e amorfos (redes atômicas irregulares). Esses são os mesmos materiais por trás de uma nova tecnologia de memória 3D lançada pela Intel há pouco mais de dois meses.
Para construir uma memória totalmente óptica, a equipe usou o material de mudança de fase conhecido como GST (Ge2Sb2Te5). A mudança de fase cristalina para amorfa e vice-versa é feita por pulsos de luz ultracurtos. Para ler os dados, são usados pulsos de luz mais fracos do que os usados na gravação.
"A memória fotônica não-volátil é compatível não só com a transmissão de dados por fibras ópticas convencionais, mas também com a mais recente geração de processadores," garantiu o professor Harish Bhaskaran, membro da equipe.


Bibliografia:

On-chip integratable all-photonic nonvolatile multi-level memory
Carlos Ríos, Matthias Stegmaier, Peiman Hosseini, Di Wang, Torsten Scherer, C. David Wright, Harish Bhaskaran, Wolfram H.P. Pernice
Nature Photonics
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nphoton.2015.182

domingo, 13 de setembro de 2015

O PODER DO CORAÇÃO

Escrito por Paul Pearsall 

Segundo o Dr. Paul Pearsall, as células têm memória e o coração carrega um código energético especial, que nos conecta com os demais seres humanos e com o mundo à nossa volta. De certa maneira, sua teoria explica por que muitos transplantados - como ele mesmo pode comprovar - passam a manifestar traços da personalidade do doador. 

PLANETA - Pesquisas científicas recentes sugerem que o coração pensa e que as células têm memória, havendo uma relação entre esses dois processos. Explique-nos, em linhas gerais, de que forma isso se dá. 
Paul Pearsall - O fato de que as células têm memória é uma lei básica da natureza. Mesmo os mais simples organismos unicelulares lembram como se movimentar, encontrar alimento, fazer sexo e evitar os predadores. Os cientistas chamam isso de “memória da função”, mas, se uma célula pode lembrar, é bem provável que muitas células juntas poderiam ter “memórias” mais complexas e elaboradas. As células do coração são as únicas células rítmicas. Elas pulsam mesmo quando estão fora do corpo. Não é insensato sugerir que milhares de células do coração ressoando juntas e expostas a bilhões de células do sangue que passam pelo coração, a cada segundo, podem conter memórias. Um dos hormônios do corpo associado com a memória é a substância chamada acetilcolina. A falta das moléculas dessa substância é verificada na doença de Alzheimer, na qual a função de memória se encontra gravemente diminuída. Na memória existe também uma “eletricidade”. O DNA do nosso corpo que contém o nosso código genético age como uma espiral de cobre, permitindo que os nossos genes transmitam códigos elétricos entre si. O coração gera um campo eletromagnético de cinco mil milivolts. O coração é capaz de emitir freqüências de onda de rádio, e ele fala com o cérebro através de uma substância chamada ANP, Peptídeo Naturético Atrial (Atrial Naturetic Peptide), descoberta no coração. A força eletromagnética do cérebro é cerca de 140 milivolts, portanto, a energia codificadora elétrica do coração é forte. As nossas células, os nossos genes, as substâncias no coração e a eletricidade do nosso corpo gerada primariamente pelo coração se combinam para ajudar a fabricar e armazenar as memórias. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, transferiram as memórias de vermes. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia mostraram que um único elétron podia alterar as memórias de nossos genes. As células do coração, colocadas próximas a outras células do coração, se comunicam entre si e entram juntas numa batida rítmica. As células do coração retiradas por biópsia de um paciente e colocadas num prato de laboratório vibraram mais rápido quando seu doador estava sendo testado numa esteira ergométrica, num aposento no fim do corredor, bem distante do lugar onde suas células estavam sendo observadas. Existem dezenas de fascinantes descobertas em pesquisas que indicam o princípio de que estamos ligados de uma maneira que ainda não entendemos. As questões da memória celular e dos transplantados que recebem as memórias e as características de seus doadores são exemplos da emergência de ciência mais integrativa que esteja disposta a estudar questões que antes ridicularizava. 

PLANETA - Além de memórias dos nossos ancestrais, as células poderiam carregar também “lembranças” de vidas passadas? 
Paul Pearsall - A questão das memórias de vidas passadas é muito interessante. Se por um lado tem havido muita publicidade sobre reivindicações de pessoas de que elas foram um rei ou uma rainha ou outra figura histórica bem conhecida na sua “vida passada”, tem havido também pesquisas muito cuidadosas, que levantam muitas questões sérias e interessantes sobre essa possibilidade. O dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, viajou pelo mundo por quase 40 anos para documentar mais de dois mil casos de crianças pequenas que afirmam recordar-se de vidas passadas. No Havaí, onde nasci, acredita-se que nossos ancestrais estão sempre conosco e dentro de nós. Acreditamos, e a ciência o demonstra, que nossas células carregam os códigos daqueles que vieram antes de nós. Para os cientistas, uma das coisas mais difíceis de aceitar é a ideia de que a separação e os limites são ilusões. Todos nós somos de fato. Um e conectados em muitos níveis. Não importa se nosso cérebro presta atenção ou não, nossas células lembram de onde viemos. Cabe a nós prestar atenção a isso. 

PLANETA - Diante das descobertas da cardio-energética, podemos dizer que o coração é o maior responsável pela nossa saúde, e não o cérebro, como propõe a psiconeuroimunologia? 
Paul Pearsall - Como o psicólogo Abraham Maslow afirmou, a saúde é uma questão de ser, não de fazer. “Quem” somos é primordial para o nosso bem-estar. A medicina moderna tem uma orientação muito mecânica. Ela busca explicações concretas e singulares. Não há dúvida de que o cérebro não está realmente na nossa cabeça, mas no corpo todo. As células do estômago e do coração falam com o cérebro tanto quanto o cérebro fala com o nosso corpo. O coração é muito mais do que um mecanismo bombeador. Ele não está a serviço do cérebro, mas é um parceiro para formar com ele nossa organização interna de manutenção da saúde. O coração secreta hormônios, como o ANF, que ajuda a regular todo o sistema do nosso corpo. O coração bem como o cérebro é um órgão hormonal. A questão em saúde não é “a mente sobre a matéria”, mas “a mente é matéria”. Nosso corpo inteiro e todos os seus sete bilhões de células podem pensar, sentir e conectar-se com outras células. Por causa de sua imensa energia eletromagnética e de outras energias, o coração particularmente se conecta com outros corações. A saúde e a cura são questões de compaixão, de ligação e de estar consciente de que nós não “temos” um corpo, mas somos o nosso corpo. 

PLANETA - Sendo assim, que conselhos o senhor daria para quem deseja se curar de um mal qualquer ou evitar doenças? 
Paul Pearsall - Escrevi um livro, publicado agora em agosto, intitulado Miracle in Maui: Letting Miracles Happen in Your Life (“Milagres em Maui: Deixando os Milagres Acontecerem em sua Vida”). Ele documenta minha cura milagrosa, o câncer em estágio IV e a recuperação de um transplante de medula, quatro quimioterapias radicais e radiação no corpo todo. Meu conselho é lembrar que não é possível praticar a “autocura”. Toda cura é uma questão de reconexão - seja a reconexão com o nosso próprio corpo, com os nossos sistemas corpóreos e células se conectando umas com as outras, ou a conexão com os nossos ancestrais e a terra. Cura é conexão. Quando nos tornamos “cardiossensíveis” e ouvimos o nosso coração, encontramos ali mensagens de cura que todos nós compartilhamos - um tipo de sabedoria espiritual em comum de paciência, unidade, agradabilidade, humildade e ternura, a qual é a linguagem do coração, que permite que os milagres aconteçam. 

PLANETA - De certa maneira, a existência de um código do coração parece ter sido confirmada ao senhor por dezenas de histórias de transplantados cardíacos que, depois de receber o órgão, passaram a manifestar traços da personalidade do doador. Dos casos que estudou, quais os que mais o impressionaram? 
Paul Pearsall - Publiquei vários casos de transplantados de coração que receberam as memórias de seus doadores. Estes aparecem em revistas profissionais. Descrevo muitos casos no meu livro Memória das Células (Editora Mercuryo). Lamento ter publicado os casos “dramáticos” porque eles parecem evocar grande resistência e tornam sensacionalismo aquilo que deveria ser seriamente científico, médico e espiritual. Na verdade, os casos que me impressionam mais são os casos calmos, sutis, que envolvem o “sentir-se profundamente conectado com o meu doador”, e “amar meu doador agora e para sempre”. Todos nós somos receptores de transplante de coração. Se você quiser ler sobre casos notáveis, leia o meu livro. Se você quiser aprender realmente sobre o código do coração, sente-se, fique de mãos dadas com alguém que você ama, e sinta a energia da conexão coração com coração. A energia do coração está à nossa volta. Cabe a nós querermos ser receptores. 

PLANETA - As mudanças na personalidade do receptor são notadas também em casos de transplantes de outros órgãos, como rins e pulmões, por exemplo? 
Paul Pearsall - Casos de receptores que recebem memórias e características de seus doadores foram relatados em transplantes de rim, fígado e até de córnea. Quanto mais estudo esse assunto, mais suspeito que o verdadeiro mistério reside em por que algumas pessoas parecem sintonizar tão profundamente com as memórias das células e com o seu código do coração. Podemos aprender com essas pessoas corajosas e normalmente humildes. Elas são como astronautas espirituais. Alguns zombam delas, mas se estivermos dispostos a ouvir amorosa e abertamente, podemos ouvir o código do coração. Se permanecermos com o coração duro, deixamos de nos beneficiar com as lições do coração e com aqueles que as aprenderam. 

PLANETA - O senhor levantou, entre cientistas, médiuns e curandeiros, várias teorias que explicam por que os transplantados manteriam uma conexão energética com o doador falecido. Alguma delas lhe parece ser, particularmente, mais correta que as demais? 
Paul Pearsall - Eu adoro o ceticismo da ciência, mas abomino o seu cinismo. Infelizmente, a televisão e o encontro popular apresentam distorções daquilo que são, na verdade, processos sutis, mas poderosos, da cardioconexão. Acontece muita falsidade. Muitos dos chamados astros “paranormais” são presumivelmente bem-intencionados e podem, de fato, estar mais dispostos a usar aquilo que alguns chamam de seu “sexto sentido”, mas eles não estão realmente fazendo nada que todos nós não possamos fazer. O ponto simples, mas profundo, é que todos nós estamos conectados. Alguns de nós reconhecem esse fato, dão profundo valor a isso e tentam sintonizar-se com a energia sutil dessa conexão. Outros zombam dela ou ficam ampliando as metas, de modo que nenhuma quantidade de pesquisa é suficiente para convencê-los sobre assuntos como memória das células, o coração que pensa e sente, e a assim chamada sensibilidade “psi” ou paranormal. Como a maioria dos pesquisadores dispostos a “sair da caixa” da “vida até a morte” e “um corpo governado por um cérebro”, descobri que o que for que nos conecta é algo sutil. Olhando para as antigas ciências indígenas, como a cultura havaiana, antigos ensinamentos chineses e outras sabedorias “velhas”, descobri que elas contêm muitas chaves para maior entendimento de nossa profunda conexão. Mas devemos estar dispostos a abraçar tanto as ciências antigas quanto as novas e estudar tanto o mito quanto a matéria. Pessoalmente, eu não acho que faremos muito progresso no entendimento desses assuntos das memórias das células, corações que sentem e a conexão espiritual total antes que resolvamos o problema epistemológico. Acho que não podemos aprender o que precisamos somente com o cérebro moderno. Precisamos também de uma mente de nativo - inocente, conectada com a natureza. 

PLANETA - Como o senhor vê a hipótese de o espírito do doador, por falta de preparo, influenciar a pessoa que recebeu seu órgão? 
Paul Pearsall - Se por espírito você quer dizer “energia vital”, não há dúvida de que somos afetados pelo espírito de todos. Não há nada amedrontador ou mau sobre o fato de a energia amorosa de um doador encontrar caminho para o receptor. Doar um órgão é um dos mais poderosos atos de amor. Cabe a nós decidir beber dessa energia amorosa e do espírito de seu doador. 

PLANETA - Um problema cardíaco poderia afetar a energia V, a energia informativa do coração? Paul Pearsall - A maioria dos doadores de órgãos sofre uma morte trágica e súbita. Se você pergunta se a natureza desse acontecimento se dirige para as memórias dos receptores, a resposta é “sim e não”. A resposta é “sim” se o receptor escolhe buscar isso e estar aberto para isso. A resposta é “não” se o receptor escolhe ver o coração doado como mera substituição de bomba. Minhas entrevistas com os receptores e famílias dos doadores, porém, indicam que é primordialmente a essência amorosa do doador que é transmitida ao receptor. Se pensarmos no transplante somente como células se transferindo para outro corpo, não entendemos o ponto. Há muito mais. Não é apenas memória das células. Parece haver algo sobre a profunda natureza de salvar vidas na doação de órgãos que diminui a nossa percepção de que somos todos conectados. Talvez o transplante de órgão seja uma questão de fornecer - como numa chamada telefônica - uma linha mais clara e direta para essa conexão. 

PLANETA - Supondo-se que a essência humana está no coração, o que pode acontecer, do ponto de vista espiritual, se a ciência conseguir, no futuro, substituí-lo definitivamente por um órgão artificial ou até mesmo de um animal, como vem sendo tentado? 
Paul Pearsall - Mesmo se a medicina for capaz de fornecer um coração artificial confiável, ele também carregará a energia daqueles que o forneceram. Novamente, estamos conectados com todos e com tudo. O mundo moderno pensa que os objetos não têm energia, mas eles têm. Einstein mostrou que, se um simples grão de areia pudesse ser impulsionado rápido o bastante, ele poderia conter energia suficiente para iluminar uma cidade. Se matéria e energia estão conectadas pela velocidade da luz, parece possível que nossas mentes e corpos estejam conectados por significado. Os médicos, os pesquisadores, as equipes clínicas, enfermeiras, família e todos os envolvidos no transplante de coração “artificial” sem dúvida transplantariam sua energia junto com essa “máquina”. O trabalho no programa de Pesquisa de Anomalias em Engenharia de Princeton demonstrou que, quando as pessoas focalizam sua intenção nos objetos, acontecem neles mudanças sutis, mas significantes. Novamente é importante lembrar o assunto de conexão entre todos e tudo em todo lugar. Para entender realmente o que escrevi sobre isso, meu leitor precisa parar de viver no SIN, self-interest norm (“norma de auto-interesse”), e começar a pensar e sentir na direção mais coletivista de antigas culturas indígenas. 

PLANETA - Qual a relevância da sua teoria para casos de rejeição de órgãos, já que, ao receber um novo coração, o paciente pode estar ganhando valores morais e religiosos, por exemplo, completamente diferentes dos seus? 
Paul Pearsall - A rejeição de órgão é um processo complicado. Há muitos fatores bioquímicos envolvidos, mas não há dúvida de que a questão da “energia” é importante também. Uma boa combinação depende não só do tamanho do órgão e da compatibilidade bioquímica; até certo ponto depende também - os médicos o reconheçam ou não - de uma compatibilidade energética entre o doador e o receptor, e mesmo entre a família do doador e a família do receptor. Fala-se que, “se não sabemos que não sabemos, então não sabemos”. Aqueles que preferem ignorar a importância da memória das células, o coração como órgão sensório e as sutis conexões energéticas no mundo o fazem para o detrimento daqueles que eles esperam ajudar. 

PLANETA - Há alguns anos, o senhor próprio passou por um transplante de medula óssea. Esse fato influenciou de alguma maneira as suas pesquisas? 
Paul Pearsall - Meu transplante de medula foi um transplante autólogo, ou seja, os médicos retiraram minha própria medula, trataram-na e colocaram-na de volta no meu corpo. Até hoje, tenho dentro de mim muitas associações que estão ligadas a esse transplante, e sei que a energia amorosa de meus médicos e enfermeiras ressoa dentro de mim. Não tenho certeza se minha medula também captou de alguma forma essa energia e a colocou dentro de mim. Sei, no entanto, que a energia amorosa pode ser enviada e recebida. 

PLANETA - A energia V parece ter correspondência em várias culturas e sistemas de cura antigos, caso da energia chi dos chineses, por exemplo... 
Paul Pearsall - Os havaianos referem-se à energia sutil de nossa conexão como mana. A maioria das culturas antigas tem seus próprios nomes para essa energia, mas sem dúvida que milhares de anos de sabedoria antiga ensinam que, de fato, há uma conexão energética “vital” entre tudo o que existe. Os cientistas falam somente de quatro tipos de energia (eletromagnética, gravidade e energia nuclear fraca e forte). Mas, quando você fala a esses mesmos cientistas sobre mana ou uma energia sutil, eles costumam responder que eles a têm sentido em suas próprias vidas. Os cientistas gostam de dizer que são totalmente objetivos, mas não são mais objetivos que a maioria de nós. Eles têm seus preconceitos também. Eu só peço que eles olhem para onde estou apontando, em vez de morder o meu dedo. A cultura havaiana ensina que o primeiro princípio da vida é aloha, que significa compartilhar (alo) o sopro sagrado (ha) da vida. Todos nós fazemos isso todo dia. Cabe a nós escolher termos consciência disso, viver a nossa vida em plena consciência disso e de acordo com esse princípio do paraíso. 

Fonte: Paul Pearsall 
Solange Christtine Ventura 
www.curaeascensao.com.br

quarta-feira, 18 de março de 2015

Academia Brasileira de Ciências - Carta de fundação da Rede Nacional de Ciência para Educação

Leiam, abaixo, a carta de fundação da Rede Nacional de Ciência para Educação por um grupo de pesquisadores de diferentes disciplinas, instituições e estados - incluindo os Acadêmicos Roberto Lent e Eliane Volchan - com a finalidade de agregar e fomentar pesquisas que possam ser traduzidas em benefício da educação escolar, familiar, social, ou universitária. "À medida que as sociedades se tornam progressivamente acumuladoras de conhecimento, elas dependem cada vez mais da capacidade humana de aprender e inovar. Essa intrigante característica humana ocorre de modo natural em todos os indivíduos, é estimulada pela família e pela vida social, e é articulada institucionalmente pelos espaços escolares nos vários níveis ao longo da vida das pessoas. O modo como cada nação planeja e realiza a educação de seus cidadãos para torná-los capazes de viver em sociedade e contribuir para o seu progresso, é um tópico de interesse individual, nacional e global. O aprendizado e a inovação são essenciais para o desenvolvimento humano e social, além de fundamentais para a capacidade de uma nação competir num cenário cada vez mais globalizado com demandas em transformação contínua. Nesta perspectiva é importante que a comunidade científica se associe a outros segmentos sociais e assuma um papel mais propositivo e inovador, criando alternativas baseadas na Ciência para as demandas sociais referentes à educação. As políticas públicas de fomento à educação dependem, obviamente, de vontade política que as transforme em políticas de Estado, e não apenas de governo, ou seja, permanentes e não ocasionais. Esse processo deve se materializar em recursos financeiros e resolver questões de infraestrutura escolar e muitas outras. Em um país como o Brasil, com gravíssimas carências na educação, o desafio é grande, mas algumas soluções estão postas: melhores salários e valorização social para os professores, formação mais contemporânea e continuada deles, infraestrutura escolar adequada, dedicação exclusiva do professor à sua escola, turno integral dos alunos, flexibilização de currículos, inovação nos métodos de ensino, acesso livre aos livros e meios de informação digitais, criação de uma base nacional comum para a educação, e várias outras propostas. O que nem sempre fica claro é que, na hipótese utópica de que todos os problemas materiais estivessem resolvidos no sistema educacional, ainda assim teríamos muito a inovar se conhecêssemos, com os critérios das diferentes disciplinas da Ciência, como as pessoas aprendem, como se comunicam na relação professor aluno, quais facilitadores naturais existem para a memória, como corrigir as deficiências de aprendizagem de algumas crianças, como proporcionar maior rendimento intelectual aos idosos, que benefícios esses conhecimentos proporcionariam à construção dos currículos e à reforma dos métodos pedagógicos, e muitas outras questões. Assim, um forte impulsionador da inovação na educação é a pesquisa científica focada em como os seres humanos ensinam e aprendem. O desafio é: como usar mais efetivamente os dados das ciências para substanciar as práticas e políticas educacionais, e, por outro lado, como usar o conhecimento e a experiência adquiridos na prática educacional para levantar questões que testem e refinem a pesquisa conduzida sobre a educação. Em vista dessa constatação, os pesquisadores abaixo subscritos propõem-se a formar a Rede Nacional de Ciência para a Educação (Rede CpE), com o objetivo principal de integrar esforços dos vários laboratórios e pesquisadores do Brasil, de qualquer especialidade, cujo trabalho poderia ser aplicado à Educação, bem como de profissionais inovadores voltados à aplicação do resultado de pesquisas científicas no processo educacional. Trata-se aqui da mesma concepção que orienta a pesquisa translacional visando aplicações na saúde, neste caso visando aplicações na educação. Pelo menos dois grandes problemas devem ser contemplados pela Rede CpE: 1) O conhecimento científico sobre o ensino e a aprendizagem não é compartilhado ou integrado entre fronteiras de disciplinas, apesar de várias delas conduzirem ativamente pesquisas nesse importante tópico. Essa desconexão atrapalha um entendimento profundo e global sobre os processos educacionais, o que pode levar a interpretações prematuras e/ou inapropriadas de achados em pesquisa. Uma Ciência para a Educação que promova enfoques integrativos e interdisciplinares, para sinergisticamente abordar as várias complexidades acerca do ensino e da aprendizagem, é a inspiração para trazer a pesquisa sobre o ensinar e o aprender para um mais alto nível de esforço, comprometimento e resultado. Isso irá estimular a habilidade de equipes de pesquisadores em criar plataformas comuns de conceituação, experimentação e outros estudos empíricos que catalizem novas formas de pensar e investigar para compreender algumas complexidades sobre o ensino e a aprendizagem que por muito tempo têm permanecido obscuras. 2) Se por ora há uma aceitação implícita de que o conhecimento sobre como as pessoas ensinam e aprendem deva ser a base para determinar como devemos ensinar e educar, a realidade é que pesquisadores, elaboradores de políticas educacionais, gestores e educadores raramente têm oportunidade de examinar e discutir os problemas acerca da aplicação de práticas educacionais baseadas em evidências. Uma Ciência para a Educação que combine evidências científicas sobre como as pessoas ensinam e aprendem com conhecimento e experiência de educadores, gestores e elaboradores de políticas será a inspiração para inovar na educação, pela criação de novas alianças estratégicas de pessoas-chaves para avançar nos objetivos educacionais e em suas diversas alternativas. Como resposta a esses desafios, a Rede Nacional de Ciência para a Educação irá perseguir os seguintes objetivos: - Estimular e realizar novas pesquisas científicas a partir de evidências empíricas trazidas por educadores, de modo a encontrar suas bases factuais. - Fomentar experimentos em sala de aula que busquem testar hipóteses pedagógicas rigorosamente, via desenhos experimentais semelhantes a ensaios clínicos, com o objetivo de otimizar o aprendizado escolar. - Promover a aproximação entre os pesquisadores e laboratórios, membros da rede, de forma a fomentar projetos em comum, de preferência interdisciplinares. - Promover encontros periódicos - nacionais e internacionais - para realizar debates de alto nível entre pesquisadores, gestores, elaboradores de políticas educacionais e educadores, sobre pesquisas recentes em aprendizagem e suas implicações práticas. - Sensibilizar os ministérios, agências de fomento, e organizações do terceiro setor para a importância de dirigirem sua atenção e recursos de modo a estimular a pesquisa translacional para a educação. - Elaborar um levantamento censitário dos grupos de pesquisa existentes no país, cuja temática e produção científica têm potencialidade para serem aplicados na educação, para dispor de uma base de dados sobre a massa crítica brasileira e sua produção nas diversas disciplinas. - Elaborar documentos em diversas mídias sobre os dados científicos debatidos e suas possíveis aplicações, e torná-los disponíveis para amplo acesso. - Fomentar a abertura de disciplinas científicas que contribuam para o processo ensino-aprendizagem, nas licenciaturas e demais cursos de formação de professores (graduação e pós-graduação). - Divulgar suas atividades por meio de sítio na internet, das redes sociais e outras mídias de comunicação digital ou impressa. Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2014 Alfred Sholl Franco, Universidade Federal do Rio de Janeiro Aniela Improta França, Universidade Federal do Rio de Janeiro Antonio Carlos Roque da Silva Filho, Universidade de São Paulo Antonio Pereira Junior, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Augusto Buchweitz, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Cecilia Hedin Pereira, Universidade Federal do Rio de Janeiro Charbel Nino El-Hani, Universidade Federal da Bahia Claudio Da Cunha, Universidade Federal do Paraná Daniela Marti Barros, Universidade Federal do Rio Grande Edson Amaro Jr, Universidade de São Paulo Eduardo F. Mortimer, Universidade Federal de Minas Gerais Eliane Volchan, Universidade Federal do Rio de Janeiro Fernanda Freire Tovar-Moll, Universidade Federal do Rio de Janeiro Fernando Louzada, Universidade Federal do Paraná Guilherme Brockington, Universidade de São Paulo Hamilton Haddad Jr, Universidade de São Paulo João Batista Teixeira da Rocha, Universidade Federal de Santa Maria José A. Valente, Universidade de Campinas Lilian Cristine Hübner, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Mailce Borges Mota, Universidade Federal de Santa Catarina Marcos Vinicius Baldo, Universidade de São Paulo Marcus Maia, Universidade Federal do Rio de Janeiro Marilia Zaluar Guimarães, Universidade Federal do Rio de Janeiro Marina Leite Puglisi, Universidade Federal de São Paulo Martin Pablo Cammarota, Universidade Federal do Rio Grande do Norte Miriam Struchiner, Universidade Federal do Rio de Janeiro Mozart Ramos, Instituto Ayrton Senna Roberto Lent, Universidade Federal do Rio de Janeiro Sidarta Tollendal Ribeiro, Universidade Federal do Rio Grande do Norte"

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

MEC poderá congelar repasse de verbas a estados e municípios sem planos de educação

MEC poderá congelar repasse de verbas a estados e municípios sem planos de educação Criado em 12/02/15 15h54 e atualizado em 12/02/15 16h22 Por Observatório da Educação [2] No último dia 02 de fevereiro, o Ministério de Educação (MEC) lançou nota reiterando a data limite de 24 de junho de 2015 para que estados e municípios elaborem metas e estratégias para a educação local para os próximos 10 anos na forma de planos de educação. A nota menciona o cumprimento do prazo como condição para recebimento de recursos da União via Plano de Ações Articuladas (PAR) - responsável por grande parte dos repasses do governo federal na área. Na nota, o coordenador da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase), Binho Marques, afirma que “os planos de educação são fundamentais para ter acesso ao PAR”. Ainda de acordo com a nota, “o motivo é que, de julho em diante, as relações de estados e municípios com o Ministério da Educação terão como instrumento os planos de cada unidade”. Marilena Rissutto Malvezzi, representante da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo no Fórum Estadual de Educação (FEE) e representante do estado na Rede de Assistência Técnica criada pela Sase para apoiar municípios na elaboração de seus planos, confirmou a afirmação do secretário. “Vai sair uma portaria que vai condicionar o financiamento das ações dos municípios e dos estados ao PAR. Então significa o seguinte: o município vai precisar disso e, se ele não tiver este plano aprovado por lei, ele não vai ter recursos”, afirmou durante reunião do Fórum. Segundo Marilena, o Ministério está trabalhando com a data de 24 de junho como prazo para que as leis dos planos estejam aprovadas. Em função desta informação, aSecretaria Estadual de Educação de São Paulo propôs e o FEE aprovou novo calendário, que prevê o envio do Plano ao Legislativo até 25 de maio.
Situação dos planos estaduais de educação (Fonte: Sase/MEC) Interpretações da Lei De acordo com a Lei 13.005, de 25 de junho de 2014, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) 2014 - 2024, os entes federados teriam o prazo de um ano para a elaboração dos planos estaduais e municipais. Segundo dados do MEC, somente 1.441 municípios brasileiros já elaboraram seus planos, o que corresponde a 25,8% do total; e somente 12 estados, ou seja, 44,5%, o fizeram. Faltando apenas quatro meses para o final do prazo, cresce a preocupação de especialistas, integrantes de organizações da sociedade civil e dirigentes de educação. O uso do termo “elaborar”, definido quando o projeto de lei estava em tramitação no Senado, deixa margem para diferentes interpretações e tem gerado debates entre os especialistas. Para o atual coordenador do Fórum Nacional de Educação, Heleno Araújo, a data de um ano é para que as leis estaduais e municipais estejam sancionadas. “A dia de 24 de junho de 2015 já é a data limite para a existência da Lei. Logo, já assinada pelo governador ou pelo prefeito”, explicou. Já para o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o prazo é para encaminhamento do Projeto de Lei para o poder Legislativo, já que é o Executivo que dialoga diretamente com o MEC. “Teria sido melhor ter colocado na Lei [o termo] ‘aprovado’, mas isso poderia ser interpretado como uma interferência entre poderes. Na prática, o verbo dá uma margem maior para a compreensão de que devem ser encaminhados para o Legislativo”, conclui. No site Planejando a Próxima Década, da Sase, conforme é possível verificar no mapa abaixo e de acordo com nota publicada, o Ministério da Educação considerou como "elaborados" os Planos que ou já fizeram somente o diagnóstico, que têm documento-base elaborado, com consulta pública realizada, com Projeto de Lei elaborado, com Projeto de Lei enviado ao Legislativo, com Lei aprovada, ou com Lei sancionada. Repasse de recursos Heleno Araújo afirmou concordar com a ação do Ministério. Para ele, o não cumprimento dos prazos e metas teriam efeitos muito negativos sobre o próprio PNE. “Defendemos a existência da Lei de Responsabilidade Educacional. O gestor que não cumprir a Lei, que seja punido por isso. Então, é importante que esse movimento de fato aconteça, que vincule esse prazo aos repasses para se ter de fato um planejamento no município e no estado ligado à Lei do PNE e para que possamos de fato colocar em prática as ações para melhorar a educação”, defendeu. Para Daniel Cara, é possível que haja o cancelamento do repasse do PAR por conta de seu caráter de transferência voluntária. “Nós lutamos para que essas transferências fossem obrigatórias. Mas não é isso que está posto, então o MEC acaba agindo como quer nessa posição”, explicou. Saiba mais: Piso salarial dos professores: tire suas dúvidas em 8 tópicos [3] Nove em cada dez municípios não atingem meta de aprendizado, mostra estudo [4] Contas para recursos do FNDE terão aplicação e resgate automáticos [5]