Fonte: Ismael Bravo*
Nesse momento em que muitos estão
voltando de férias, alunos, profissionais da educação, pais e responsáveis, já
vemos a correria atrás dos materiais dos filhos, outros em busca de matrícula,
a imprensa a divulgar informações sobre esse momento e por aí a fora. Porém, deveria
incomodar e ficar latente saber se as unidades escolares já estão planejadas e
preparadas para o início letivo deste ano.
Duas linhas tênues de raciocínio
podem ser trilhadas, a dos recursos e a pedagógica, mas que interdependem para
o sucesso objetivado para a escola, o de ensino e aprendizado. Poderíamos estar
aqui a desvelar essa interação e discutir conceitos, um prato cheio para
desfile das teses, que fica para os grandes eventos educacionais.
Acontece que o ponto central dessa
temática está focado na efetividade de tempo que o educador estará com o aluno
tratando da sua formação ao longo do ano letivo. Fala-se em duzentos dias, mas
quanto desses destinados ao ensino aprendizado?
Em tempos de muita água e de
instabilidade climática nesse nosso verão temos uma enxurrada de obrigações
impostas à escola, de diversas ordens, uma verdadeira panaceia de assuntos e
rotinas burocráticas impostas por legislações que nem com o tempo integral as unidades dão conta de atender os objetivos
para que foram criadas e tão pouco os profissionais da educação preparados para
tal.
Já é de longe a necessidade de
que se estabeleçam em nosso país clareza no papel dos poderes constituídos de
modo que cada um em sua esfera de competência cumpra o que determina a carta
magna.
Então vejamos, o congresso por
ter sua comissão de educação, alguns congressistas se acham no direito de criar leis ao bel prazer,
muito mais eleitoreiras, até para poderem melhorar seus ranques de atuação,
fazendo disso palanque, ao invés se preocuparem em fiscalizar o executivo na
efetivação daquilo apregoado na constituição do que deva ser a educação dos
brasileiros.
As três esferas do legislativo
representadas pelos congressistas, deputados estaduais e vereadores, devem
fiscalizar o cumprimento das Constituições Federal e Estadual e a Lei Orgânica
dos Municípios. Então, é de bom senso e respeito ao curto tempo para educar que
parem de ficar criando datas de comemorações, em que temos dias e semanas para
tudo e todos os gostos, sem contar ainda aquelas criadas pelas Secretarias de
Educação e pela própria unidade escolar.
Todo esse discorrer é fato.
Portanto, cabe aqui um manifesto a esse estado de coisa em pró do ano-letivo
com foco no aproveitamento do tempo com o aluno, transformando o Projeto
Político Pedagógico Escolar em Plano de Ensino e de Aula, que leve em
consideração o processo de ensino que evidencie a diversidade e a criatividade,
de modo que não tolhe a espontaneidade e crie pré-conceitos inibidores ao
desenvolvimento do aluno. O crescimento na melhoria da educação agradece.
Fica aqui a sugestão aos
profissionais da educação de, no trato do ensino aprendizado, utilize toda
disposição metodológica possível, mesmo que diversificada em uma mesma sala de
aula, indo de encontro à individualidade do aluno. Coloque em constante cheque
a didática, entendendo que cada aula poderia ser a ultima a ser realizada e que
o sucesso do aluno é o do profissional também, é preciso mudar, pois quando
percebemos a mudança mudou.
É premente quebrar as amarras
pedagógicas e estruturais da educação em prol de evidenciar o sucesso no
alcance dos objetivos, utilizando o que tem de mais rico em nossas crianças, a
falta de pré-conceito no trato do novo, independente do nível e modalidade
educacional.
Essa convicção esta calcada na
construção da educação que venha de encontro à realidade dessa nova geração,
totalmente diferente da estrutura acadêmica existente que remonta de século e
que vêm a tempo pedido mudanças.
Então, por que não começar agora!
Pensem bem, temos objetivos educacionais a serem cumpridos e o tempo é o senhor
da situação.
(*) Doutor em Educação,
professor, pesquisador, assessor e consultor em políticas de educação e
sistemas educativos.
Parabéns!!!!!!!!!!!!excelente para uma reflexão...
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