Que a educação não é prioridade
como política pública no país, todos nós sabemos, basta conferir os resultados
educacionais apresentados na diversidade dos níveis e modalidades de ensino
existentes, as avaliações estão aí para mostrar.
Da mesma forma que os resultados
aparecem, os governantes correm a justificar que os programas elaborados estão
a resolver, e muitos acham que o volume de recurso destinado dará conta de
resolver, ou até equacionar, a realidade plural existente nos 5.565 munícipios
brasileiros. É só dividir pela necessidade cada um e verás que é uma gota.
Para mudar esse panorama e
valorizar a educação colocando-a como protagonista do desenvolvimento do país e
não vir a reboque desse processo, como acontece há tempos, em que os
profissionais da educação precisam sentar à mesa de planejamento estratégico e apontar
as necessidades educacionais necessárias.
Existe uma falta de representação
efetiva da educação na tomada de decisão nas esferas de poder. Isso pode-se
perceber ao responder a seguinte questão: Quantos são os educadores, reconhecidos
por todos, que estão na lida educacional e fazem parte das esferas de decisão dos
entes federados que tratam de defender, priorizar e representar a valorização
da educação brasileira? Um, dois, três... poucos ou quase nada hein!
Hoje os atores que representam a
educação transformaram-na em motivo de descrença ou trampolim para uma série de
oportunidades para outros setores da sociedade e interesses pessoais e de grupos.
Incluindo aí professores que se apresentam como os “sabem tudo” e que na
verdade estão a mando de ideologias predominantes na área educacional ou
representações de classe que dizem ser defensoras dos educadores e na realidade
estão para garantir seus objetivos que por vezes não são nada educativos.
Colocar essa reflexão e de
maneira premente com o objetivo de suscitar nos educadores, que estão nas salas
de aula e que as duras penas tentado fazer algo diferente para o educando, a quem
será que na próxima eleição, depositarão a confiança para cuidar e defender a
educação como protagonista do desenvolvimento do país, dado a ela o papel de
sentar-se à mesa e decidir seu futuro.
Devemos ser seletivos em nossas
escolhas e ter muito cuidado em quem apoiar. Só pelo fato de se apresentar
como: Professor fulano de tal e por aí a fora, sem nunca ter colocado os pés em
uma escola, é correr o risco de achar que fará algo para mudar uma realidade
que não conhece.
Aproveitem esse momento de tantas
avaliações educacionais por aí afora para pesquisar e refletir, a sugestão é
que acessem pela internet a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, da
Assembleia Legislativa, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, os
Conselhos de Educação Nacional, Estadual e Municipal. Conseguem enxergar algum
educador que pensa e pratica a educação contemporânea?
Lembrando que num passado não
muito distante quem decidia as questões prementes da sociedade nos municípios
eram os Prefeitos, Delegados, Religiosos e o Professor.
Estará nas mãos de quem faz
educação, abandonar a condição de membro da massa de manobra e serem os
protagonistas da mudança no legislativo e executivo, assumindo o papel
pragmático de toda experiência vivida ao longo de séculos. Nesse sentido,
torna-se necessário evidenciar e colocar no seio do poder quem saiba decidir
pelo futuro educacional da nossa sociedade e não delegar a aventureiros os
nossos desígnios.
(*) Doutor em Educação, professor, pesquisador,
assessor e consultor em políticas de educação e sistemas educativos.
https://www.facebook.com/ismael.bravo.18
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