sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Educação protagonista de sua mudança

Que a educação não é prioridade como política pública no país, todos nós sabemos, basta conferir os resultados educacionais apresentados na diversidade dos níveis e modalidades de ensino existentes, as avaliações estão aí para mostrar.

Da mesma forma que os resultados aparecem, os governantes correm a justificar que os programas elaborados estão a resolver, e muitos acham que o volume de recurso destinado dará conta de resolver, ou até equacionar, a realidade plural existente nos 5.565 munícipios brasileiros. É só dividir pela necessidade cada um e verás que é uma gota.

Para mudar esse panorama e valorizar a educação colocando-a como protagonista do desenvolvimento do país e não vir a reboque desse processo, como acontece há tempos, em que os profissionais da educação precisam sentar à mesa de planejamento estratégico e apontar as necessidades educacionais necessárias.

Existe uma falta de representação efetiva da educação na tomada de decisão nas esferas de poder. Isso pode-se perceber ao responder a seguinte questão: Quantos são os educadores, reconhecidos por todos, que estão na lida educacional e fazem parte das esferas de decisão dos entes federados que tratam de defender, priorizar e representar a valorização da educação brasileira? Um, dois, três... poucos ou quase nada hein!

Hoje os atores que representam a educação transformaram-na em motivo de descrença ou trampolim para uma série de oportunidades para outros setores da sociedade e interesses pessoais e de grupos. Incluindo aí professores que se apresentam como os “sabem tudo” e que na verdade estão a mando de ideologias predominantes na área educacional ou representações de classe que dizem ser defensoras dos educadores e na realidade estão para garantir seus objetivos que por vezes não são nada educativos.

Colocar essa reflexão e de maneira premente com o objetivo de suscitar nos educadores, que estão nas salas de aula e que as duras penas tentado fazer algo diferente para o educando, a quem será que na próxima eleição, depositarão a confiança para cuidar e defender a educação como protagonista do desenvolvimento do país, dado a ela o papel de sentar-se à mesa e decidir seu futuro.

Devemos ser seletivos em nossas escolhas e ter muito cuidado em quem apoiar. Só pelo fato de se apresentar como: Professor fulano de tal e por aí a fora, sem nunca ter colocado os pés em uma escola, é correr o risco de achar que fará algo para mudar uma realidade que não conhece.

Aproveitem esse momento de tantas avaliações educacionais por aí afora para pesquisar e refletir, a sugestão é que acessem pela internet a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, da Assembleia Legislativa, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, os Conselhos de Educação Nacional, Estadual e Municipal. Conseguem enxergar algum educador que pensa e pratica a educação contemporânea?

Lembrando que num passado não muito distante quem decidia as questões prementes da sociedade nos municípios eram os Prefeitos, Delegados, Religiosos e o Professor.

Estará nas mãos de quem faz educação, abandonar a condição de membro da massa de manobra e serem os protagonistas da mudança no legislativo e executivo, assumindo o papel pragmático de toda experiência vivida ao longo de séculos. Nesse sentido, torna-se necessário evidenciar e colocar no seio do poder quem saiba decidir pelo futuro educacional da nossa sociedade e não delegar a aventureiros os nossos desígnios.

(*) Doutor em Educação, professor, pesquisador, assessor e consultor em políticas de educação e sistemas educativos.

https://www.facebook.com/ismael.bravo.18

Fonte: Ismael Bravo*

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