sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SINTONIA, RECIPROCIDADE E BOM SENSO ENTRE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE


Fonte: Ismael Bravo*

Até bem pouco tempo convivíamos somente com o alto índice de vandalismo nas escolas, praticado pela sociedade por não reconhecê-la como seu espaço de saber. Hoje as agressões estão tomando proporções maiores atingindo física e psicologicamente todos os profissionais da educação, em que ficam evidentes quando se tornam manchetes na mídia pelo requinte de crueldade em alguns casos.

Em pesquisas diversas realizadas sobre a violência nas unidades de educação básica das principais cidades brasileiras, apontam para o conflito de entendimento de como a escola se organiza e para a falta de diálogo entre os atores que a compõe, causando o distanciamento nessa relação.

Em sendo retrato da relação humana e de como a sociedade se movimenta no meio em que atua, é possível identificar na cultura organizacional da educação alguns aspectos visíveis, os tidos artefatos culturais, que são manifestações mais fáceis de serem notadas. Podemos citar como exemplos: a organização do espaço, a tecnologia adotada, a linguagem e outros padrões audíveis e perceptíveis visualmente, caracterizado como uma família de conceitos, os chamados: Símbolos, Linguagem, Rituais, Cerimônias e quem sabe... Sagas e Heróis.

Esse modo de ser da organização educacional, que representam uma tendência de preferir determinadas situações ou estado de coisa, está intimamente ligado aos pressupostos básicos que desenvolvem os valores, como: natureza humana, natureza meio, tempo, orientação e relacionamento com a atividade.

Os valores, se bem interpretados, devem contribuir e provocar o bom funcionamento da organização educacional, no procurar por soluções para os problemas que se colocam localmente para a implementação de novas finalidades educativas, facilitando a introdução de inovações para melhorar a qualidade e sua eficácia.

O que se busca entre educação e sociedade, é um relacionamento que respeite o entendimento de poder e autoridade, que se sobrepõe às questões de ordem pessoal. O grupo social sempre espera que se enfatize a hierarquia como base de poder.

As políticas de relacionamento, ou seja, o agir na relação social, deverão ser calcadas na premissa acerca da natureza humana com objetivo de desenvolvimento global dos indivíduos, na direção de que os filhos da sociedade para a educação é “ser e tornar-se” alguém. O transmitir às novas gerações, garante à organização educacional a reprodução de um estado de coexistência social que seja marcante e característico em todos os processos que envolvem a vida do alunado.

Esses indivíduos em seus processos de formação e conhecimento devem ter vivências que sejam relativas à moralidade e proceder conforme determina os preceitos básicos de cidadania, com ênfase à justiça e aos bons costumes em tudo que é decente e educativo, em especial, os deveres do cidadão em sociedade e perante os demais de suas relações.

A sociedade precisa estar atenta ao que se passa no dia a dia de seus filhos e ter a escola como grande aliada para acompanhar e valorizar seus desenvolvimentos, tropeços e conquistas, podendo intervir no processo para orientar, corrigir ou redirecioná-los no decorrer da vida educativa.

Para isso, o que se espera da educação e da sociedade, é que as pessoas possuam capacidade de se adequarem às regras e costumes de cada realidade, e assim poder fazer bons julgamentos e escolhas. Terem, portanto, bom senso como conceito de argumentação, que seja estritamente ligado às noções de sabedoria e de atuar no exercício dos seus papeis com discrição e obediência a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalidades educativas.

É nesse sentido que o bom senso deve ser trabalhado de forma conceitual e prática, contribuindo para que a escola venha a dirimir esse hiato criado ao longo dos últimos tempos na relação cotidiana entre escola, aluno e sociedade.

O bom senso na educação proporciona aos seus profissionais o ato de reflexão e entendimento da vida para dela tirar o que há de melhor, sendo o conteúdo um conjunto de elementos essenciais para a educação não formal aplicado ao dia a dia da organização educativa, criando o diagrama formado pela conjunção da Escola de Bom Senso, Aluno de Bom Senso e Cidadão de Bom Senso.

O BOM SENSO ENTRE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE! PRATIQUE!

(*) Doutor em Educação, professor, pesquisador, assessor e consultor em políticas de educação e sistemas educativos.


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